PROEV – Projeto Objetivo Educação para Valores

Introdução

        O Projeto Objetivo Educação para Valores – PROEV propõe um trabalho de reflexão sobre Virtudes e Valores por meio de temas transversais, ou seja, assuntos que atravessam os diferentes campos do conhecimento e, portanto, podem ser abordados por professores de qualquer disciplina. Esses temas referem-se à formação da pessoa humana e do cidadão, consciente de seus direitos e deveres, capaz de participar, ativa e construtivamente, da sociedade.

        Durante as aulas e atividades escolares, no decorrer do ano, o projeto proporciona a todos os alunos da escola, Ensino Fundamental e Médio, momentos de conversa, leitura e análise de textos, músicas e/ou situações diárias, que levam à reflexão de valores. Durante o processo, a expressão dos sentimentos, das diferenças de ideias e visões das crianças e jovens acontecem naturalmente e são respeitados. O objetivo do projeto não é trazer normas prontas ou certezas, mas propiciar um ambiente de reflexão, diálogo, responsabilidade, afeto e descobertas próprias.

Cortesia

“A cortesia é irmã da caridade, que apaga o ódio e fomenta o amor.” (Francisco de Assis)


Cortesia saiu de moda?


Gentilezas que vão além das regras da boa educação parecem cada vez mais raras no dia a dia. Há como trazê-las de volta? (Verônica Mambrini)


        Ninguém discute que a vida está mais rápida, agitada e cheia de informação. Também é fato consumado que as cidades grandes obrigam muita gente a viver espremida e estressada. Existe espaço nesse cenário caótico para a cortesia ou ela caiu de moda? “Eu não diria que ela saiu de moda, mas que está um pouco esquecida”, diz Vanessa Barone, consultora de etiqueta. “É um retrato da nossa época. O excesso de gente, de trabalho, os horários apertados, tudo isso faz você pensar em si mesmo, antes de mais nada”, acredita a consultora.“Mas todo mundo valoriza a cortesia e quem é cortês.”
        Parece difícil ser cortês no meio de tanta correria, mas Vanessa acha perfeitamente possível.“Cortesia não faz você perder tempo. Quantos segundos você acha que perderia em 24 horas se tivesse a cortesia de parar antes da faixa para o pedestre atravessar em paz e ainda cumprimentá-lo com um sorriso? Quase nada.” Para ela, cortesia é um treino: quanto mais se pratica, mais internalizada fica e, portanto, mais natural e fácil.
        A professora de história, Flor Martha Ferreira, que dá aulas de bons modos e cortesia para crianças e adolescentes há dez anos, explica que, apesar de usarmos a cortesia como sinônimo de bons modos, o termo vem do comportamento dos nobres na corte e estaria ligado diretamente a um jeito ‘civilizado’ de viver em grupo. O jeito elegante dos nobres e dos fidalgos. “Neste sentido, não pode ser confundida com boas maneiras ou regrinhas sociais, cortesia tem a ver com valores humanos”, conclui a professora. De fato, o dicionário Houaiss, define cortês como: adj.: 1 da corte (‘cidade’) 2 refinado, civilizado, urbanizado 3 fig. delicado nas palavras e ações; gentil.
        “Perdemos os hábitos porque perdemos a consideração pela pessoa humana; se quisermos recuperar a cortesia, teremos que priorizar as pessoas mais do que as coisas, o bem estar de todos, mais do que os interesses pessoais, o altruísmo, mais do que o egoísmo”, acredita Flor Martha.

        E você, está fazendo a sua parte?

Equilibrio

Texto Atitude: “O equilíbrio na vida”





Imaginem a vida como um jogo, no qual vocês fazem malabarismo com cinco bolas que lançam ao ar. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito. O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima. Mas as quatro outras são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas. Entendam isso e busquem o equilíbrio na vida. Como?

Não diminuam seu próprio valor, comparando-se com outras pessoas. Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial.

Não fixem seus objetivos com base no que os outros acham importante. Só vocês estão em condições de escolher o que é melhor para vocês próprios.

Dêem valor e respeitem as coisas mais queridas aos seus corações. Apeguem-se a elas como a própria vida. Sem elas a vida carece de sentido.

Não deixem que a vida escorra entre os dedos por viverem no passado ou no futuro. Se viverem um dia de cada vez, viverão todos os dias de suas vidas.

Não desistam quando ainda são capazes de um esforço a mais.

Nada termina até o momento em que se deixa de tentar.

Não temam admitir que não são perfeitos.

Não temam enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes.

Não excluam o amor de suas vidas dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas. Corra atrás de seu amor, ainda dá tempo!

Não corram tanto pela vida a ponto de esquecerem onde estiveram e para onde vão.

Não tenham medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente.

Não usem imprudentemente o tempo ou as palavras. Não se pode recuperá-los.

(Trechos da Palestra de Brian Dyson – Ex-Presidente da Coca-Cola)

Simplicidade

SIMPLICIDADE – ABRIL/2013


“Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. (Mário Quintana)


Simplicidade Rima com Felicidade (Dr. Luiz Roberto Fava)


“Em um evento fui apresentado a uma pessoa por um amigo comum. Disse eu:
- Muito prazer, Luiz Roberto Fava.
Disse-me ele:
- Muito prazer, eu sou o diretor financeiro da empresa X.
Olhei bem nos olhos dele e perguntei:
- Você tem nome?
Percebi, pela sua reação facial, uma surpresa inesperada. E, passados alguns segundos, disse-me:
- Sim, claro. Meu nome é Fulano de Tal.
E aí, eu emendei:
- Muito bem, Fulano. Agora eu sei como você se chama. Mas, cuidado, amanhã você pode ser despedido e onde ficará o diretor financeiro da empresa X?
Essa situação real, mostra até que ponto pode chegar a identificação de uma pessoa com seu desejo. Esta identificação causa nas pessoas uma sensação de “poder” que pode ser traduzida por “agora eu tenho”, “agora eu sou o diretor”, “agora eu posso”, que pode fazer estas pessoas se acharem o “rei da cocada preta”. (...) Concretizar sonhos é característica dos vencedores. Deixar-se “embriagar” e identificar-se com a conquista é burrice. Quantas pessoas você conhece que se tornaram arrogantes e que passaram a se achar inatingíveis e insubstituíveis? Quantas pessoas você conhece que acabaram demitidas, ficaram com sua imagem péssima e que acabaram punidas pelo próprio mercado? O que precisa estar na consciência das pessoas é que este “poder” é passageiro, efêmero, transitório e não durará para sempre.
Entretanto, mal sabem elas que o verdadeiro poder reside na simplicidade, que pode ser traduzida por sinceridade, franqueza, naturalidade, espontaneidade, algo sem obstáculos. Quando incorporamos a simplicidade ao nosso cotidiano certamente estaremos exercendo nossa felicidade, nosso contentamento, nosso êxito e nosso sucesso. (...) Muitas vezes o problema pode ser bem sério, mas a solução pode ser bem simples. Quanto mais você simplifica, mais você se mostra por inteiro, um indivíduo, indivisível. Quanto mais você complica, mais você precisa vestir as máscaras para desempenhar o seu personagem e respectivos papéis durante sua vida.(...) Desempenhe seus papéis da melhor forma possível, sejam eles pai/mãe, esposo/esposa, profissional autônomo, colaborador/empresa, etc. Mas faça-o de forma simples, sem complicações. (...) Simplifique seus pensamentos. Simplifique suas atitudes. Simplifique sua vida. Simplifique-se! Certamente você será mais feliz!

“As pessoas pedem coisas simples quando estão perto de morrer, para fazer aquilo que elas poderiam ter feito, mas deixaram de fazer.” (Mário Sérgio Cortella – Filósofo)


“Tudo bem simples
Tudo natural
Um amor moreno
Fruto tropical (...)
Bom é bem simples
Sem nos complicar
E bastante tempo
Pra te amar...”


(Bem Simples – Roupa Nova)

Paciência

“Paciência: Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma “lady” solta palavrões e berros que lembram as antigas trabalhadoras do cais...
E o bem comportado executivo? O cavalheiro se transforma numa “besta selvagem” no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma “mala sem alça”. Aquela velha amiga uma “alça sem mala”, o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é “ansioso demais” onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa em que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...
Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual. Somos seres espirituais passando por uma experiência humana.
Pense nisto!” (Arnaldo Jabor)

“A paciência faz contra as ofensas o mesmo que as roupas fazem contra o frio; pois, se vestires mais roupas conforme o inverno aumenta, tal frio não te poderá afetar. De modo semelhante, a paciência deve crescer em relação às grandes ofensas; tais injúrias não poderão afetar a tua mente.” (Leonardo da Vinci)

Tolerância

“Tolerância é a capacidade de aceitar o diferente. Não confundir com o divergente. Intolerância é não suportar a pluralidade de opiniões e posições, crenças e idéias, como se a verdade fizesse morada em mim e todos devessem buscar a luz sob o meu teto. Conta a parábola que um pregador reuniu milhares de chineses para pregar-lhes a verdade. Ao final do sermão, em vez de aplausos houve um grande silêncio.
Até que uma voz se levantou ao fundo: "O que o senhor disse não é a verdade". O pregador indignou-se: "Como não é verdade? Eu anunciei o que foi revelado pelos céus!"O objetante retrucou: "Existem três verdades. A do senhor, a minha e a verdade verdadeira. Nós dois, juntos, devemos buscar a verdade verdadeira". Só os intolerantes se julgam donos da verdade. Assim ocorre com Milosevic, ao manter-se intransigente e não admitir os direitos dos kosovares, e com Clinton, ao decidir que seus mísseis são o melhor argumento para convencer o mundo de que a Casa Branca tem sempre razão. Todo intolerante é um inseguro. Por isso, aferra-se a seus caprichos como um náufrago à tábua que o mantém à tona. Ele não é capaz de ver o outro como outro. A seus olhos, o outro é um concorrente, um inimigo ou, como diz um personagem de Sartre, "o inferno". Ou um potencial discípulo que deve acatar docilmente suas opiniões. O tolerante evita colonizar a consciência alheia. Admite que, da verdade, ele apreende apenas alguns fragmentos, e que ela só pode ser alcançada por esforço comunitário. Reconhece no outro a alteridade radical, singular, que jamais deve ser negada. (...) Ser tolerante não significa ser bobo. Tolerância não é sinônimo de tolice. O tolerante não desata tempestade em copo d’água, não troca o atacado pelo varejo, não gasta saliva com quem não vale um cuspe. Ele jamais cede quando se trata de defender a justiça, a dignidade e a honra, bem como o direito de cada um ter seus princípios e agir conforme sua consciência, desde que isso não resulte em opressão ou exclusão, humilhação ou morte. Das intolerâncias, a mais repugnante é a religiosa, pois divide o que Deus uniu. Quem somos nós para, em nome de Deus, decretar se esses são os eleitos e, aqueles, os condenados? Só o amor torna um coração verdadeiramente tolerante. Porque quem ama não contabiliza ações e reações do ser amado e faz da sua vida, um gesto de doação.” (Frei Betto – frei e escritor brasileiro)

“Significado: Tolerância é um termo que vem do latim "tolerare" que significa "suportar", "aceitar". A tolerância é o ato de indulgência perante algo que não se quer ou que não se pode impedir. A tolerância é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade. Uma pessoa tolerante normalmente aceita diferentes opiniões ou comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio social. Este tipo de tolerância é denominada "tolerância social". O dia 16 de Novembro foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional para a Tolerância. Esta é uma das muitas medidas da ONU no combate à intolerância e não aceitação da diversidade cultural. Na Medicina, o termo "tolerância medicamentosa" é utilizado para designar a capacidade de um indivíduo para suportar determinados medicamentos. A tolerância a uma medicação pode diminuir em consequência da utilização em excesso do mesmo medicamento. A expressão "tolerância zero" é utilizada para definir o grau de tolerância a uma determinada lei, procedimento ou regra, de forma a impedir a aceitação de alguma conduta que possa desviar o que foi previamente estabelecido. Por exemplo, "tolerância zero a motoristas embriagados".

“A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.” (Mahatma Gandhi)

Respeito

“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes.” (Albert Schweitzer)



“Respeito foi definido por alguém como a capacidade do ser de se importar com o sentimento do outro. Talvez seja esta a mais completa das definições. Normalmente, quando nos sentimos ofendidos, desprezados, dizemos apreciar o respeito. Mas, será que respeitamos os demais? É fácil sabermos. Basta que nos perguntemos se somos daqueles que marcamos horário com o médico ou o dentista e, na última hora, por questões de pouca importância, telefonamos desmarcando, sem nos preocuparmos com a agenda do profissional e, muito menos, com eventuais clientes que estariam aguardando em lista de espera por aquela hora que agora não será aproveitada por ninguém. Acaso somos daqueles que apreciamos estabelecer preço para os serviços profissionais alheios? Somos dos que pensamos que tal ou qual profissional liberal ganha demais e pode nos fazer um grande desconto? Mais do que isso. Alguns de nós dizemos, de maneira desrespeitosa, que o seu trabalho não vale mais do que a quantia que estipulamos. Desrespeitamos o esforço que o profissional fez para chegar onde se encontra, desconsiderando as inúmeras noites que passou estudando, os plantões intermináveis e exaustivos, as horas de pesquisa. Não levamos em conta, inclusive, os custos financeiros para completar o curso, para prosseguir no seu aperfeiçoamento, mestrado, doutorado. Desrespeitamos o trabalho do outro toda vez que lhe dizemos que seu ganho é fácil e rendoso, enquanto o nosso é árduo. Há falta de respeito sempre que desconfiamos dos outros baseados somente em nossa má fé ou má vontade. E, no trato com outros profissionais, como os domésticos, jardineiros, pedreiros, carpinteiros, quanta vez os desrespeitamos. Sempre que estabelecemos jornadas de trabalho muito longas, que exigimos cumprimento de tarefas além do que se considera humanamente possível, que submetemos o outro a situações humilhantes, o estamos desrespeitando. O respeito deve ser a atitude de todo cidadão para com o seu semelhante, seja ele superior ou inferior a si, na escala social e nos degraus da instrução. Nas linhas do respeito, atentemos para a natureza que nos cerca. E, ensinando valores aos nossos pequenos, iniciemos desde cedo a lhes falar do respeito a tudo que nos rodeia e serve. Falemos-lhe do respeito que nos merecem os animais, as árvores, as flores, os jardins. E, então, bem mais fácil lhes será entender, na sequência, o respeito aos seres humanos, familiares, idosos, professores, serviçais. Pensemos nisso.” (www.gotasdepaz.com.br)

“E se me achar esquisita, respeite também. até eu fui obrigada a me respeitar.” (Clarice Lispector)

Disciplina

“Uma boa definição de disciplina seria a aquisição da capacidade que permite que a razão seja mais forte e vença nossas vontades e nossa preguiça. É porque desenvolvemos essa qualidade que conseguimos fazer exercícios maçantes, todos os dias, na mesma hora. É porque somos disciplinados que evitamos comidas com muitas calorias ou prejudiciais à saúde. Vem da razão a força que nos faz abrir mão de coisas materiais para poupar e atingir um objetivo maior. Pessoas disciplinadas são capazes de estudar quando estavam mesmo é com vontade de assistir à televisão ou bater papo com os amigos. Não resta a menor dúvida: pessoas disciplinadas terão maiores chances de sucesso nas atividades às quais se dedicarem. Tenderão a ser criaturas aplicadas e determinadas, buscando com afinco alcançar seus objetivos. Se tiverem razoável talento, vencerão no jogo competitivo da vida. Entre talento e disciplina, é melhor ter os dois. Porém, em longo prazo, a disciplina é mais importante. Não nascemos disciplinados . Passamos os primeiros tempos de nossa existência cheios de vontades e amargando fortes dores e revoltas sempre que nossos desejos não são satisfeitos. Toleramos mal as frustrações. É verdade que, desde o início, há pessoas que aceitam melhor as contrariedades. Essa capacidade de aceitação aumenta à medida que se desenvolvem a linguagem e o raciocínio lógico. Ambos nos ajudam a compreender por que nossas vontades nem sempre podem ser satisfeitas. O fato de existirem explicações e razões que determinam a não realização de determinado desejo nos acalma e nos deixa mais tolerantes para com as frustrações. Aprendemos pela reflexão e pela lógica, a aguentar melhor as dores. Entendê-las, nos ajuda a suportá-las. A principal tarefa da educação, especialmente durante os primeiros anos de vida consiste em sermos capazes de domesticar nossas vontades. Uma visão equivocada da psicologia nos conduziu, nas últimas décadas, a dar ênfase e privilegiar o livre exercício do desejo. O freio limitador dos impulsos foi encarado como algo repressivo e negativo. Além disso, os pais, com medo de traumatizar os filhos e de perder o amor deles, têm-se furtado à tarefa, às vezes desagradável, de estabelecer limites e estimular as crianças a usar com eficiência a razão para dirigir suas vidas. Na educação infantil, essa é a tarefa número um dos pais. Aprender a utilizar a razão em benefício próprio, a criança e depois o adulto, experimentam enorme satisfação quando se sentem disciplinados. Sim, porque é nestes momentos que nos consideramos animais mais sofisticados, os racionais. A alegria íntima de quem se levanta cedo, faz exercícios e chega na hora certa aos compromissos assumidos é algo que não pode ser subestimado. A gente se sente forte, quando consegue se controlar e sentir que venceu a batalha mais árdua, que é a batalha interior. A auto-estima logicamente aumenta.”(Dr. Flávio Gikovate – Médico Psiquiatra e Diretor do Instituto de Psicoterapia de São Paulo)

“A disciplina e a ordem podem prejudicar a criatividade? (...) Rigidez é uma coisa, rigor é outra. Os artistas, que trabalham com criação, costumam ser super-rigorosos. Já rigidez é acreditar que uma coisa só pode ser feita de um jeito, definido arbitrariamente (...)” (Revista Nova Escola – Professor Lino de Macedo – Instituto de Psicologia USP).

Equilíbrio

“Observando, aprenderemos com os animais e com os movimentos naturais da vida, tais como a chuva, o sol, o frio, o calor, que tudo na natureza é equilibrado e sem desperdício… Há um equilíbrio natural que sustenta e coordena todos esses movimentos e, quando o desrespeitamos acabamos criando distúrbios que poderiam ser evitados se todos praticassem a observação… Assim também acontece conosco. Se comemos demais, bebemos demais, nos irritamos demais, falamos o que não precisamos, enfim, cometemos pequenos excessos, criamos distúrbios que vão saturando nossa atmosfera mental… Com observação, podemos reeducar nossos sentidos e necessidades, naturalmente. Com essa prática é mais fácil conquistar equilíbrio e moderação nas nossas necessidades de forma espontânea. Assim, ficaremos mais atentos aos nossos movimentos e aprenderemos a fazer somente o necessário. Em contrapartida conquistaremos maior segurança interna, o controle dos impulsos desordenados, habilidade para evitar o evitável e noção do inevitável, além de sabedoria para eliminar o supérfluo.” (texto de Paulo Zabeu)

"Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara – fazer a coisa certa no momento certo. Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável. Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla. Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo." (Brahma Kumaris)

“Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e Deus.” (Clarice Lispector)

“Viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” (Albert Einstein)

Meio Ambiente

“O século XX, basicamente a partir da década de 60, com o movimento hippie, parte da humanidade começou, através do binômio paz e amor, a usar a lógica não-linear, o agir com o coração, aprimorando a intuição, desenvolvendo um sentimento de integração à natureza. A partir daí, foi dado início a um novo movimento, a um culto ao amor, um culto ao verde. O homem se aproximando do natural.(...) No mundo vários movimentos, tais como organizações não-governamentais, começaram a surgir voltados para o fortalecimento de um equilíbrio harmônico entre economia, meio ambiente e social. A Constituição Federal de 1988, ao legislar sobre a Ordem Social, positivou um capítulo direcionado ao Meio Ambiente, e, com o maior primor, estabeleceu como base o art. 225 "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações". (...) Nós, os filhos da terra, temos o dever de preservá-la não somente para garantirmos uma vida digna, saudável para nós todos como também para as gerações vindouras. (...) Com o surgimento de inúmeras conferências ambientais e normatizações a respeito, pode-se dizer que, em razão de uma crise que vem despontando e crescendo vorazmente, produto da tensão entre desenvolvimento e preservação do Meio Ambiente, está nascendo um novo paradigma, uma mudança de conduta, uma nova ética. O homem está num processo de re-ligação à natureza, percebendo que aquilo que ele supunha ser inesgotável não o é.Quando se fala em gerações futuras devemos nos questionar: - É justo destruirmos o que tomamos emprestado dos nossos descendentes? A Terra que nossos ascendentes nos deixaram merecia ser tratada da forma como vem sendo tratada? Estamos extrapolando nossos direitos e descumprindo nossos deveres! (...) É preciso um pensar global, de forma holística, e um agir local. É o todo em tudo e é o tudo em uma parte. É o agir com responsabilidade, com solidariedade. (...) Entretanto, percebe-se que a Terra está doente. E, na opinião de Leonardo Boff "se o mundo está doente é indício de que nossa psique também está doente". (...) Diante de tantas catástrofes ambientais que vêm ocorrendo, em decorrência de desmatamento, de poluições diversas, provocadas pelo não mais homo sapiens mas já homo demens, conforme conceituação adotada por Leonardo Boff, acarretando aquecimento global, alterações climáticas diversificadas, desaparecimento de espécies, e etc.. conclui-se que ganhamos liberdade que foi invocada e conquistada paulatinamente, desde a revolução francesa, mas pouco trabalhamos pela fraternidade e igualdade. Estes ideais precisam ser lapidados. Portanto, se quisermos deixar um Planeta com um Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, permitindo a todos uma sadia qualidade de vida, precisamos tirar o pé do acelerador, termos a humildade de reconhecer que o mais importante não é ter o domínio da realidade e sim estarmos em comunhão com ela. Consoante Leonardo Boff faz-se necessário uma nova utilização da ciência e tecnologia. Utilizá-las com a natureza, em favor dela e jamais contra ela.” (Autora: Dila Maria Bahiense)

ECOLOGIA INTERIOR - “Por um minuto, esqueça a poluição do ar e do mar, a química que contamina a terra e envenena os alimentos, e medita: como anda o teu equilíbrio ecobiológico? Tens dialogado com teus órgãos interiores? Acariciado o teu coração? Respeitas a delicadeza de teu estômago? Acompanhas mentalmente teu fluxo sanguíneo? Teus pensamentos são poluídos? As palavras, ácidas? Os gestos, agressivos? Quantos esgotos fétidos correm em tua alma? Quantos entulhos — mágoas, ira, inveja — se amontoam em teu espírito? Examina a tua mente. Está despoluída de ambições desmedidas, preguiça intelectual e intenções inconfessáveis? Teus passos sujam os caminhos de lama, deixando um rastro de tristeza e desalento? Teu humor intoxica-se de raiva e arrogância? Onde estão as flores do teu bem-querer, os pássaros pousados em teu olhar, as águas cristalinas de tuas palavras? Por que teu temperamento ferve com freqüência e expele tanta fuligem pelas chaminés de tua intolerância? Não desperdiça a vida queimando a tua língua com as nódoas de teus comentários infundados sobre a vida alheia. Preserva o teu ambiente, investe em tua qualidade de vida, purifica o espaço em que transitas...” (Frei Beto)

"Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro." (Provérbio Indígena)

“O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.” (Madre Teresa de Calcutá)

Feliz dia Mundial do Meio Ambiente!!!!


PROJETO OBJETIVO DE SUSTENTABILIDADE

Justiça

Texto 1: “Principal definição de justiça – a virtude de dar a cada um aquilo que lhe é merecido ou que é seu por direito legal (direito definido nas leis do país). Justiça também é a faculdade de julgar segundo o direito e a melhor consciência. A expressão “fazer justiça pelas próprias mãos”, quer dizer vingar-se pessoalmente de alguma questão cuja punição caberia, na verdade, ao Poder Judiciário.” (Projeto Renasce Brasil).

Texto 2: “O que é Justiça: Justiça significa respeito à igualdade de todos os cidadãos, e é um termo que vem do latim. É o principio básico para manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal. É um termo abstrato que designa o respeito pelo direito de terceiros. A Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou por mediação através dos tribunais. Em Roma, a justiça é representada por uma estátua, com olhos vendados, que significa que "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre todos. Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em sentido universal)."

Texto 3: “Em Platão não encontramos uma definição fechada de justiça. Ele procura trabalhar o conceito de justiça envolvendo todo o comportamento do ser humano, portanto podemos dizer que a definição de justiça em Platão assume um caráter antropológico. Ele analisa como seria o comportamento do homem justo e do homem injusto para descrever suas virtudes, e a tipologia das almas, afim de determinar uma postura ética que direciona o homem para a conquista da sua felicidade dentro de suas aptidões constituindo por fim um estado justo e perfeito” (A República - Platão).

“É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente." (Voltaire)

“Três coisas devem ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente.” (Sócrates)

“A justiça defende-se com a razão, e não com as armas. Não se perde nada com a paz, pode perder-se tudo com a guerra.” (Papa João XXIII, 1881 – 1963)

“Quem decide um caso sem ouvir a outra parte não pode ser considerado justo, ainda que decida com justiça.” (Séneca)

Sensatez

“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.” (Aristóteles)


SENSATO: Que tem ou revela bom senso, é cauteloso, prudente, age com coerência e discrição.

O Discernimento no Homem Sensato:
“O Discernimento é qualidade do homem sensato, virtude que o faz distinguir o real do irreal. Para que não caia nas armadilhas do engano, pratica o discernimento, a cada passo do seu caminho, desde o início até o fim. Não trabalha somente para adquirir bens materiais, analisa o verdadeiro sentido da vida, não vive de modo irreal e, se esforça para transformar seus sonhos em realidades úteis.
O homem sensato tem consciência da importância de possuir conhecimento. Sabe que o conhecimento o leva a evoluir, cooperando também com a evolução dos semelhantes.
O homem sensato sabe discernir entre o que é importante e o que não é. Procura verificar o que vale a pena ser feito e sabe que as coisas não devem ser julgadas pela sua grandeza aparente. Sabe procurar utilidade até nas pequenas coisas, mesmo que seja útil por pouco tempo.
Nunca se julga sábio, nem faz questão de ser julgado como tal, nem mesmo para gozar a felicidade de ser sábio, pois sabe que deve sempre aprender cada vez mais.” (Elio Mollo)

Você se acha uma pessoa sensata?

Discernimento

Discernimento





SIGNIFICADO: Ação ou capacidade de discernir. Destreza para entender algo com grande facilidade; perspicácia. Aptidão ou capacidade de entender certas circunstâncias; que consegue distinguir o certo do errado. Habilidade para compreender algo com sensatez e clareza. Designação de juízo, entendimento, critério e conhecimento. É ter sabedoria para entender o significado de uma coisa, saber agir da melhor maneira, escolher o melhor caminho, enfim tomar decisões corretas na vida. Saber separar, avaliar bem as situações.

“Discernimento – (...) Para exemplificar, deixe-me relembrar a história do Juiz Sufi, convocado para resolver uma pendência entre dois amigos que afirmavam ter razão sobre determinada questão, cada um à sua maneira. - Pois bem, pode expor suas razões - decretou o juiz a um deles, depois de colocar os dois, lado a lado, e nomear um escrivão para anotar as declarações de cada indivíduo. Enquanto o primeiro argumentava, o juiz ouvia com atenção e paciência.

                      - Senhor juiz, acredito que eu tenho razão por isso e por isso e por isso. E assim continuou discorrendo longamente durante alguns minutos. Acontece que o sujeito o fez com tanta propriedade e tanta eloquência que o juiz não teve melhor alternativa senão olhar para ele e afirmar: - tem razão!

                      - Como assim, seu juiz? Manifestou-se o oponente. Eu ainda não tive a oportunidade de falar.

                      – Pois bem, pode expor suas razões – decretou o juiz ao segundo, tendo o escrivão por testemunha.

                      - Senhor juiz, acredito que eu tenho razão por isso e por isso e por isso. E continuou discorrendo longamente durante alguns minutos. Da mesma forma, a exemplo do seu oponente, o sujeito o fez com tanta propriedade e eloquência que o juiz não teve alternativa senão olhar para ele e afirmar com toda segurança: - tem razão!

                      - Espera aí, seu juiz, os dois não podem estar certos ao mesmo tempo – declarou o escrivão, surpreso com a decisão. E prontamente o juiz observou: - tem razão!

                      Moral da história: ter ou não ter razão sobre determinada questão é algo que depende muito do ângulo de observação de cada um em particular.

                      Assim como na parábola do Juiz Sufi, tudo na vida é uma questão de ponto de vista e, de uma forma ou de outra, em qualquer situação, sempre temos razão. Obviamente, sob determinado juízo de valor, fruto de modelos mentais previamente estabelecidos, ninguém quer abrir mão de nada e, por conta disso, os relacionamentos se deterioram, a violência aumenta, os casamentos desmoronam, os filhos se revoltam e o ambiente de trabalho se transforma em palco de disputas, inveja, ganância e competição desenfreada.

                      Tudo o que ser humano precisa na vida é de discernimento. Bem ou mal, certo ou errado, bom ou ruim, melhor ou pior, puro ou impuro são conceitos que dependem exclusivamente da sua escala de valores pessoais. Não podemos estar certos nem errados o tempo todo, portanto, discernimento é uma qualidade imprescindível para o crescimento pessoal e profissional das pessoas em qualquer parte do mundo.

                      Discernimento nada mais é do que a sua capacidade de absorver o ponto de vista alheio sem deixar que isso interfira no seu modo de pensar ou provoque qualquer juízo de valor equivocado a respeito do seu interlocutor. Discernimento é a capacidade de respeitar a opinião, o modo de vida, a opção sexual, a religião e a argumentação alheia.

                      Apesar das diferenças de opinião, comum em tempos de democracia e fruto da necessidade de evolução do ser humano, não é necessário concordar com tudo nem discordar de tudo para viver em harmonia. Entretanto, quando você tenta convencer as pessoas de que o seu ponto de vista é o melhor, surgem os conflitos, as desavenças e as diferenças de valor.

                      Em qualquer situação, ter ou não ter razão nunca terá um desfecho positivo quando a opinião ou o ponto de vista alheio não é respeitado nem aceito livremente. O convencimento deve ser natural, espontâneo, transformador. Na medida em que você respeita uma ideia diferente, sem necessidade de fazer valer o seu ponto de vista, você amadurece, assegura o equilíbrio e tende a sofrer menos.

                      A cada momento que você se dispõe a julgar, criticar, rotular, prejulgar ou preconceber determinado comportamento, você se afasta ainda mais da sua sabedoria. Ter discernimento é ter capacidade de transitar por todas as diferenças de opinião, credos, cores e culturas sem necessariamente se apegar a nenhuma delas ao mesmo tempo em que você aproveita o que existe de melhor em todas elas.

Experimente isso e seja feliz!

(Jerônimo Mendes – Administrador, Coach, Escritor e Professor Universitário)

“O discernimento consiste em saber até onde se pode ir.” (Jean Cocteau)

E você? Tem discernimento?

Sinceridade

Sinceridade





“Qual a grande virtude que uma pessoa íntegra tem? Ela é sincera.? De onde vem a palavra sinceridade? Ela tem várias acepções, porém a mais recente tem a ver com marcenaria. No século XIX, quando o marceneiro, ao trabalhar com aqueles móveis chamados coloniais, errava com o formão, ele pegava cera de abelha e passava naquele lugar para disfarçar o erro. Sine cera significa “sem cera”, uma pessoa sincera é aquela que não disfarça o erro, ela o assume. Em vez de fazer de novo, ele finge que está certo passando cera de abelha. É igual a certas pessoas que, quando vão mudar de casa, pegam pasta de dente e colocam em todos os furos de quadro para fazer uma maquiagem. Ética não é cosmética. Ética é sinceridade. Sabe de onde vem a expressão original “sincera”? No latim sine cera, sem cera, vem da criação de abelhas. Qual é o mel puro, o da geléia real? É o mel sem cera. A noção de pureza está aí.
Mas ela vem do teatro também. O mundo romano herdou parte dos princípios do teatro grego. No teatro grego, da Antiguidade Clássica, de 2.500 anos atrás, havia uma situação muito interessante: todas as vezes que uma peça seria representada, os atores eram sempre homens, não havia espaço para mulheres. Para que um ator pudesse fazer vários papéis, inclusive os femininos, eles construíam uma máscara feita de argila que seguravam na frente do rosto com uma varetinha. Que nome os latinos deram a essa máscara dos gregos? Persona. Daí vieram “personagem” ou “personalidade”. Aliás, tem gente que usa várias dessas máscaras. Deixa em casa uma, sai com a outra. Se comporta no trabalho de um jeito e, em casa, de outro. Ele não admite, em casa, que a empregada doméstica se atrase um minuto, mas pouco se importa se ele mesmo se atrasar. Ele acha que na empresa tem de ter mais participação das pessoas, quer participar das decisões de um determinado patamar da hierarquia para cima, mas não acha que deva haver democracia dali para baixo. “Inclusive esse povinho, se você não tomar cuidado, você dá a mão, eles querem o braço e depois arrancam tudo”. É aquele cara que está com uma persona vendo televisão e fala: “Mas que horror, que nojo essa novela, só prostituição”. Mas ele mesmo, no trabalho, dá uma “cantada” na secretária. Os romanos herdaram do teatro grego essa idéia de homens representando todos os papéis, mas, em vez de construírem máscaras de argila, adotaram outra técnica: eles pegavam cera de abelha, misturavam com pigmentos vegetais e faziam uma pasta, que era passada no rosto.

É por isso que uma pessoa sincera é uma pessoa sem máscaras, que não tem duas caras, é aquela que não fala uma coisa e pensa outra, é aquela que não diz uma coisa e age de outro modo. A sinceridade é, de fato, um dos elementos constitutivos da integridade.” (Mário Sérgio Cortella)

E VOCÊ? É SINCERO?